- 29/09/2017
- Posted by: admin
- Category: Empresarial
Estudo indica que apenas 30% dos trabalhadores acreditam que seus líderes os envolvem no desenvolvimento das metas e objetivos; confira os dados
Trabalhadores que são envolvidos pelo líder nas metas da empresa se tornam até 3,6 vezes mais engajados
Nos dias atuais, é muito importante que as empresas apresentem novos modelos de gestão e liderança. O trabalhador de hoje em dia procura algo diferente do que buscava nas décadas passadas. De acordo com Flora Victoria, Mestre em Psicologia Positiva Aplicada pela Universidade da Pensilvânia e fundadora da SBCoaching, “ele busca um trabalho significativo, ou seja, que faça sentido dentro da sua vida, e espera que seu empregador lhe proporcione essa significância”.
Entretanto, com 13 milhões de desempregados e uma séria crise político-econômica, como essa situação se desenrola no Brasil? Neste caso, o lógico seria termos uma gestão simples, praticamente sem rotatividade e observarmos um aumento de produtividade e engajamento, mas não é exatamente o que acontece.
“Temos o aumento da informalidade, das microempresas que fecham antes de um ano, da alta rotatividade, principalmente, mas não somente em cargos de base. Vivemos o mesmo problema, a falta de um sistema de liderança efetivo para os dias de hoje, seja para uma microempresa, multinacional ou um autônomo. Esse gap faz com que uma massa de trabalhadores e talentos não seja retida, muita energia gere poucos resultados e, num momento difícil como vive o País, as empresas acumulem perdas. É um ciclo pouco saudável”, analisa Victoria.
A especialista realizou um estudo baseado em pesquisas e levantamentos de respeitados institutos e consultorias internacionais, como Gallup, Deloitte, Hay Group e teóricos, como Martin Seligman, para trazer ao Brasil este debate e propor a importância de um novo tipo de comando, a liderança positiva. Confira os dados abaixo.
Trabalhadores
1) Apenas 30% dos trabalhadores acreditam que seus líderes os envolvem no desenvolvimento das metas e objetivos;
2) Trabalhadores que participam deste desenvolvimento das metas e objetivos são 3,6 vezes mais engajados que os demais;
3) O custo para substituir um funcionário pode variar entre 50% a 150% do salário que ele recebia;
4) Empresas com funcionários mais engajados crescem até 2,5 vezes mais que as demais;
5) Empresas com colaboradores mais engajados são 22% mais lucrativas e 21% mais produtivas.
Empregadores
1) 90% dos líderes de empresas e de RH acreditam que entender e construir as “empresas do futuro” é um problema importante (para 60% deles, muito importante);
2) 83% dos pesquisados acreditam que experiências de aprendizado e desenvolvimento para que os funcionários adquiram habilidades facilmente são importantes;
3) 81% dos pesquisados acreditam que encontrar talentos que se encaixem em cargos e atribuições que mudam constantemente é importante/ muito importante. Eles acreditam numa espécie de revolução do recrutamento que se utiliza de redes sociais, ferramentas analíticas e cognitivas para selecionar profissionais de forma completamente diferente;
4) 79% dos pesquisados acreditam que a experiência oferecida aos empregados é importante/ muito importante. Isso inclui analisar as necessidades do seu quadro, a configuração do ambiente de trabalho, bem-estar, análise de horas, sistemas de avaliação de performance;
5) De acordo com todas as pesquisas realizadas no exterior e nacionalmente, mudanças positivas na gestão geram impactos muito significativos. É o caso da loja eletrônica Atacado Games, com sede em São Paulo, que passou por um processo de desenvolvimento de Gestão e Liderança, além de um treinamento da equipe de vendas na SBCoaching. O resultado foi o aumento de 27,3% de faturamento, aumento de 10% da margem de lucro e rentabilidade sobre o capital investido e redução da jornada diária de trabalho do CEO em 22%.
Como ser um líder melhor?
Quem deseja ser um líder de sucesso precisa se basear em três pilares: no desvio positivo (o que excede a performance comum), nas ações virtuosas (uso das forças de caráter e virtudes que geram mais resultados e satisfação), e no viés afirmativo (foco no que funciona, no que dá certo, nas forças e qualidades).
“É uma forma de liderança alinhada ao mundo que vivemos. É uma liderança que visa performance, mas considera as múltiplas dimensões biológicas, pessoais, relacionais, institucionais, culturais, globais, assim como a psicologia positiva. O líder positivo conduz a empresa e/ou seu ambiente de trabalho a um florescimento humano, que por sua vez gera resultados além dos esperados”, explica Victoria.
O líder positivo é capaz de entender que o trabalhador atual não é mais seduzido apenas por um plano de carreira, ele passou a exigir um certo tipo de “experiência laboral”, em que antigos valores como “pagamento e satisfação”, são substituídos por “minha proposta, meu desenvolvimento”.
Além disso, existem algumas características que podem ser atribuidas aos líderes que conseguem engajar sua equipe da melhor forma. Paulo Roberto da Costa, diretor geral da Farmarcas, listou algumas delas. Veja:
1) Paixão
Em primeiro lugar, é importante que o líder tenha paixão pelo negócio, pois, ao ver que ele realmente realiza suas ações com prazer, os liderados acreditarão no projeto . Se isso não ocorre, não haverá inspiração e entusiasmo.
2) Deixa claro o papel de líder
Evite pensar apenas na popularidade, pois muitos profissionais podem confundir os papéis de amizade e liderança. Na verdade, o líder deve ser um guia que todos querem caminhar junto. É especialmente nas dificuldades que um líder se destaca, mostrando os caminhos certos a serem seguidos;
3) Sinceridade e ética são essenciais
É indispensável que você seja um profissional em quem os funcionários confiem. Também é relevante demonstrar maturidade, com base em experiências passadas e teóricas, pois a busca pela melhoria e reciclagem deve ser contínua;
4) Busque aprimoramente
Ninguém sabe tudo e todos tem muito a aprender. O líder sabe que deve ouvir os liderados e ter uma troca saudável de ideias. Este diálogo é capaz de possibilitar reflexões e aumentar os conhecimentos sobre diferentes temas relacionados à gestão do negócio.
5)Arrisque
Muitas vezes, estar à frente é sinônimo de não ter medo de arriscar. Um líder que não busca o diferente está fadado a ser ultrapassado. É fundamental que se tenha audácia e posicionamento de opinião. Também é preciso assumir responsabilidade e culpas;
6) Autoconhecimento e autocontrole
Essas questões são fundamentais, pois é importante saber os próprios limites e a hora de se retirar para que não prejudique o projeto. Um grande problema das lideranças pode ser o ego, que leva a uma perda de controle. É preciso estar pronto para mudar de rota sem perder o foco, conduzindo sua equipe nas mudanças do mercado;
7) Comunicação
Por último, se você realmente deseja ser um líder de sucesso, não esqueça de manter uma boa comunicação com os funcionários. Um dos grandes erros de uma gestão é não deixar claro para a equipe os caminhos tomados. É preciso saber se posicionar, fazer reuniões e convencer.